Como saber se sua empresa está financeiramente saudável?
Para evitar problemas e manter a saúde financeira da empresa, é importante que o empreendedor fique atento a alguns indicadores que podem ajudá-lo a tomar decisões estratégicas, identificar, prevenir e solucionar problemas que podem causar possíveis prejuízos. Listamos os cinco principais indicadores financeiros que o empreendedor deve acompanhar:
Margem de contribuição: é a quantia que sobra da receita obtida da venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor dos custos e despesas variáveis. Não é suficiente apenas olhar para a coluna de “receita” da planilha e dali subtrair os gastos gerais para obter o lucro. A conta é um pouco mais complexa: é preciso gerar o IMC – Ìndice de Margem de Contribuição. E isso é feito encontrando o valor dos custos e despesas variáveis, como o que é gasto com fornecedores, matéria-prima, pessoal de produção, entre outros.
Resultado operacional: é o lucro obtido depois de deduzir a receita líquida de vendas, o custo de mercadoria vendida, despesas de pessoal, despesas administrativas, financeiras e outras despesas operacionais. É esse índice que vai realmente mostrar qual a real situação da empresa, pois representa apenas o lucro gerado pelas operações da empresa, desconsiderando juros e impostos. Um resultado operacional positivo significa que a operação está saudável, uma vez que ele representa o quanto de dinheiro entra na sua empresa por conta dessas operações.
Fluxo de caixa livre: é o saldo de caixa que está livre em um negócio, ou seja, o dinheiro livre depois de realizado todos os pagamentos obrigatórios para o funcionamento da empresa. É um indicador fundamental para saber se é possível investir em novos produtos ou serviços, pagamento de dividendos, se a empresa tem acionistas e até mesmo reduzir dívidas ativas.
Custo dos produtos vendidos: é um cálculo usado para mensurar as despesas diretamente associadas ao processo de produção e/ou distribuição do produto. Esse mostrador é fundamental para que a empresa possa fazer a precificação de um produto ou serviço, ou até mesmo para avaliar estratégias de venda, alteração de fornecedores e aperfeiçoamento das vendas. O cálculo é feito somando o valor do estoque inicial (EI) ao valor de compras (C) e ainda subtraindo o valor do estoque final (EF).
Endividamento: O endividamento financeiro em uma empresa significa a relação entre os ativos totais da organização e o somatório do valor das parcelas de compras ou de crédito a vencer. Esse cenário pode ser real caso haja a ocorrência de algumas situações, as mais comuns são: falta de planejamento – quando a empresa falha em analisar dados e parâmetros que deveriam estar disponíveis na DRE; falta de vendas – que vai afetar o capital de giro da empresa, causando um problema de prazo médio de recebimento maior que o prazo médio de pagamento; dependência de capital de terceiros – que pode ser um resultado das situações anteriores, o que leva a empresa a contrair dívidas para pagar outras dívidas. Apesar de a palavra “dívida” já trazer a ideia de algo negativo, ela pode ser “boa” quando é contraída de forma planejada e estruturada, com a finalidade de investir em ativos que vão servir para alavancar o crescimento ou faturamento da empresa, ou reduzir custos da mesma.
Mais do que ter em mãos os indicadores, é fundamental que o empreendedor conte com apoio profissional para a tomada de decisão, utilizando os dados em ações estratégicas no negócio. Só assim é possível manter a empresa financeiramente saudável, escolher o melhor caminho a seguir e também crescer apesar das adversidades que o mercado possa apresentar.
Manoel Victor Tomaz
CEO Marvee
CRA-SC nº 32426